domingo, 11 de julho de 2010

Grupo de Pesquisa e Extensão

Ações Afirmativas, cotas para negros, índios e estudantes oriundos de escolas públicas para acesso na educação Básica na Rede Federal de Educação Tecnológica

Entendendo a promoção da prática da cidadania como importante eixo dessa ação educativa, sentimos a necessidade de compartilhar saberes e práticas socialmente legitimadas, com grupos de estudantes oriundos de escolas públicas municipais, que se caracterizam pelos dados do MEC, como sujeitos do insucesso escolar. Efeitos como a repetência, evasão, abandono marcam esses sujeitos na sua vida social como emblema de fracasso pessoal.
Somando a essa realidade, a observação da composição étnica desse grupo de pessoas. Índios e negros e seus descendentes formam a maioria absoluta, que não possuem o significado de sucesso histórico, devido a massacrante dominação européia aliada aos arranjos sociais e históricos para atender as demandas econômicas globais desde o processo do Descobrimento, onde esses grupos enfrentaram uma gigantesca pressão de poder que os empurram para as esferas mais empobrecidas da sociedade brasileira, distanciando os seus elos com o Estado Moderno.
As políticas afirmativas adotadas pelo Estado Brasileiro, em especial na educação, não são as únicas ações que podem encurtar o fosso social que vivemos. Mas tem sido uma alternativa socialmente viável para aproximar essas realidades e re-significar o papel do Estado frente os novos valores da Modernidade: multiplicidade – diferença – pluralidade.
A reflexão da pratica educacional provocada pelas políticas Afirmativas, não estão restritas apenas ao atendimento as necessidades especiais dos grupos cotizados. Há uma grande oportunidade de revisão dessas praticas, retomando o fôlego histórico vivenciado pela educação brasileira no período anterior ao Golpe Militar de 64. Refazer essa reflexão aliada a um fazer pratico tensionado pela sociedade civil organizada que provocou o regime de cotas sociais e étnicas, tem um significado de transformação importante em nossa história.
Incluir o sujeito em questão na implementação orientada da sua história é fundamental fator para o sucesso do processo, tanto no aspecto coletivo como pessoal, pois é a realização dos pressupostos teórico-práticos que embasam essa ação. Pensar-agir-pensar como pré-requisito para uma educação critica e significativa e a participação direta dos sujeitos dão o tom e tencionam a realidade construída para significá-la como socialmente referenciada.